sexta-feira, 10 de maio de 2013

Microdicionário de Cultura Digital (Peças para um)


Ação cidadã em rede - espaço da construção da cultura p2p, a cultura de rede, dos que colaboram, produzem e compartilham. Autonomia - possibilidade de autonomia de uma sociedade nova, orientada pelos interesses do comum em vez dos do mercado ou de estados ortopédicos. Cidadania digital - acesso e uso autônomo das possibilidades expressão (upload) e fruição (download) simbólicas via internet. Participação na cultura contemporânea. Comunicação do comum - antônimo de comunicação de mercado. Conexões Globais - lugar de visibilidade das sinapses das ações em rede. Cultura digital - uso não passivo/consumista/funcional dos meios digitais, mas autônomo, criativo, estético, ético e político. Democracia real - cultura digital, colaborativa, serve para aprofundar e dar mais consistência à democracia institucionalizada, representativa. Diagonalismo - encontro dos pontos positivos entre as estruturas verticais com as horizontais. Digitalógico - Digital e analógico (movimentos, ações, presencialidades, para além da falsa dicotomia entre eles). Diversidade cultural - a cultura digital destampa a diversidade cultural homogeneizada pelos meios de reprodução dos interesses de lucro e sua visão de mundo. Em construção permanente - a cultura digital não "é", mas sim um ir-sendo (dá-lhe Ortega y Gasset). E neste ir-sendo, também vai fazendo o futuro como projeto, a partir do uso não heterônomo e consumista dos produtos da tecnologia. Era do E - era das conjunções, das convergências, das superações dos binarismos 1 ou 2 e das dicotomias digital x analógico, real x virtual. Estado|mercado|comum - diferenciação das três instâncias da vida pública contemporânea (Michel Bawens), sendo que esta última emerge com força com o uso da internet. Hoje se pode falar em estado|mercado|comum, cada um deles com seus valores, sua cultura, suas formas de legitimação da arte, sua comunicação, seus interesses. Quanto mais o comum se aproximar do Estado, mais possibildiades de seus valores (colaboração/desconcentração/distribuição/diversidade/copyleft/sustentabilidade) ganharem espaço, diminuindo a influência histórica do mercado (e seus valores, como apropriação/acúmulo/copyrights/lucro) sobre ele. Estado-rede - colaborativo, que diminua a distância entre os governos e a sociedade. Nem ortopédico (achatador das subjetividades), nem ausente (ao Deus dará do mercado e suas mil mãos invisíveis). ... Prossumidores - em vez de passivos consumidores (a massa), ativos cidadãos em rede (o comum), programadores de seu próprio projeto vital. Reencantamento para a política - a cultura colaborativa é o antídoto para a ideia pessimista dos conservadores de que o homem é o lobo do homem. Reorientação da política para a utopia como lugar a ser construído, em vez de desde já inexistente, segundo a pobre lógica dos realistas.