terça-feira, 27 de maio de 2008

Ela orvalha pelos poros

“Ela orvalha pelos poros e acumula pólen nas orelhas. É uma cruza de crisálida com hipopótamo. Rinocera dentro dágua, fora vira vaca. Tem cheiro de chuva no chão de barro das telhas e o sem-som da formiga se acordando, de manhã cedo, lavando os olhinhos em poça dágua. Entre peixe e gato pingado, já teve ginga e medo dágua. Meio passarinho que parda, amadurecia no outono. Quando vira-lata no beco (ou bueiro em noite alta), ratazanas moraram em sua goela. Cospia então baratas, engolia latas de cerveja, na digestão enferrujada dos restos da cidade”.
(Heidegger, filósofo, em 19 de agosto de 1932)

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